Moraes vota para derrubar manobra da Câmara pró-Ramagem ao abrir julgamento no STF

  • 09/05/2025

Moraes vota para derrubar manobra da Câmara pró-Ramagem ao abrir julgamento no STF

Folha de S. Paulo

CÉZAR FEITOZA

BRASÍLIA

Primeira Turma do tribunal analisa decisão de deputados que tenta suspender por completo processo contra parlamentar

(FOLHAPRESS) Em 09/05/2025 11h03

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta sexta-feira (9) pela derrubada da manobra da Câmara a favor do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e se posicionou pela suspensão de apenas parte do processo contra o parlamentar por participação na trama golpista de 2022.

O voto de Moraes confronta a decisão da Câmara de sustar toda a ação penal contra Ramagem. O ministro reforça, ainda, que a ação dos congressistas não tem poder de paralisar o processo contra os demais réus, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro Alexandre de Moraes é o relator dos processos sobre a trama golpista de 2022 Gustavo Moreno - 25.mar.25 STF A imagem mostra uma sessão judicial com três pessoas. À esquerda, um homem calvo, vestido com uma toga preta e gravata, está falando. Ao centro, uma mulher com cabelo grisalho, também vestida com toga, escuta atentamente. À direita, um homem com cabelo curto e óculos, vestido com uma toga preta e camisa branca, observa. Ao fundo, há uma bandeira do Brasil e várias pastas de documentos sobre a mesa. **** "Os requisitos do caráter personalíssimo e temporal, previstos no texto constitucional, são claros e expressos, no sentido da impossibilidade de aplicação dessa imunidade a corréus não parlamentares e a infrações penais praticadas antes da diplomação", diz Moraes no voto.

O ministro afirma que a Constituição não prevê nenhuma outra situação em que o Poder Legislativo pode suspender a atividade jurisdicional do STF. Por isso, a atribuição da Câmara no caso Ramagem é limitada.

Moraes ainda determinou a suspensão da prescrição dos crimes supostamente cometidos pelo parlamentar, já que o andamento de parte do processo só poderá prosseguir após o fim do mandato de Ramagem.

O voto de Moraes foi dado na abertura do plenário virtual. O caso é analisado pela Primeira Turma do Supremo, composta por Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O julgamento tem prazo para ocorrer até a próxima terça-feira (13).

Lista **** Ramagem é réu por, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), integrar o núcleo central do grupo que planejou um golpe de Estado no fim de 2022 para manter Bolsonaro na Presidência da República.

O deputado responde por cinco crimes: associação criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

A Constituição prevê que a Justiça deve consultar o Congresso caso decida abrir uma ação contra parlamentares acusados de crimes cometidos após a diplomação --no caso de Ramagem, em dezembro de 2022.

O texto constitucional, portanto, limita o veto da Câmara ao seguimento do processo penal contra ele a dois crimes ligados aos ataques de 8 de janeiro: dano qualificado contra o patrimônio e deterioração do patrimônio tombado.

Os outros três delitos pelos quais Ramagem responde, cujas penas são maiores, não estariam no guarda-chuva de análise da Câmara, já que teriam sido praticados antes de sua diplomação.

Galeria Entenda em 8 pontos papel de Bolsonaro na trama golpista, segundo a PF Investigação aponta que ex-presidente 'planejou, atuou e teve o domínio de forma direta' de ações que levariam ao golpe https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1816967726016892-entenda-em-8-pontos-papel-de-bolsonaro-na-trama-golpista-segundo-a-pf *** A Câmara desconsiderou a posição do Supremo ao aprovar, na quarta-feira (7), um projeto que pretendia suspender por completo a ação penal contra Alexandre Ramagem.

O texto elaborado pelo relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) ainda tentou, ao mencionar o processo de forma genérica, paralisar a ação penal contra todos os oito réus do núcleo central da trama golpista, como Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto.

A proposta foi aprovada por 315 a 143. Até deputados de partidos que compõem a base do governo Lula votaram a favor de Ramagem, como o União Brasil (50 votos) e o MDB (32 votos).

Quatro ministros do Supremo afirmaram à Folha, sob reserva, que a decisão da Câmara é inconstitucional e deve ser derrubada pela Primeira Turma.

Eles reforçaram que o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, fez-se claro ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao delimitar qual parte do processo contra Ramagem os congressistas poderiam suspender.

"A Turma determinou para dar ciência à Câmara dos Deputados, nos termos do voto do Ministro Relator, para aplicação do § 3º, do artigo 53 da Constituição Federal, tão somente em relação ao réu Alexandre Ramagem Rodrigues e, especificamente, pelos crimes praticados após a diplomação", disse Zanin em ofício enviado à Câmara há duas semanas.

Galeria Quem é quem na turma do STF que deve julgar Bolsonaro pela trama golpista Cada turma da corte é composta por 5 dos 11 ministros; presidente do tribunal não participa de nenhuma delas https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1824499807283761-veja-quais-ministros-fazem-parte-da-1-turma-do-supremo-tribunal-federal ***


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