Qual Papa liderou a Igreja por mais tempo? E qual foi o menor papado?

  • 27/04/2025

Qual Papa liderou a Igreja por mais tempo? E qual foi o menor papado?

3004-Papa-layout_site© Wikimedia Commons/Reprodução

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O Papa Francisco passou 12 anos e 39 dias à frente do Vaticano. Pode parecer pouco, mas é mais do que a média de tempo dos pontífices no cargo, que gira em torno de 7 anos e 11 meses – mais ou menos o tempo que o Papa Bento XVI cumpriu antes de renunciar.

Nas últimas décadas, quem desafiou as estatísticas foi João Paulo II: ele passou 26 anos e 168 dias como bispo de Roma. Num ranking geral com todos os pontífices da história da Igreja Católica Apostólica Romana, ele ficaria em segundo ou terceiro – depende de para quem você está perguntando.

Papa mais longevo

A resposta de papa mais longevo é difícil de definir porque, segundo a tradição católica, o vencedor é o primeiro de todos: São Pedro, o discípulo de Jesus. A Igreja considera ele o primeiro pontífice, mas não dá para saber com certeza de quando a quando ele liderou os cristãos. Acredita-se que ele passou cerca de 37 anos como pontífice.

Agora, entre os papas cujos registros são mais certos, o papado mais longo foi o de Pio IX, líder da Igreja Católica entre 1846 e 1878. Foram 31 anos e 236 dias na cadeira de Pedro.

Pio IX foi o primeiro papa a ser fotografado. Ele passou seus primeiros anos como sacerdote no Chile, e depois retornou à sua terra natal, a Itália. No conclave para suceder Gregório XVI, ele foi eleito como o candidato ligado ao campo liberal, mas hoje em dia seu papado é visto como uma guinada conservadora. Ele criticou o racionalismo e convocou o Concílio Vaticano I, que definiu a infalibilidade papal como um dogma da fé católica.

O papado de Pio IX também foi marcado por uma treta com o Brasil: entre as novas ideias que ele criticou estava a maçonaria, e ele proibiu o casamento entre católicos e maçons. No Império do Brasil, todas as determinações da Igreja precisavam ser validadas com autorização do imperador (essa instituição, conhecida como padroado, foi herdada da monarquia portuguesa). Dom Pedro II, que era católico mas tinha ligações políticas com os maçons, não apoiou a regra.

Bispos que seguiram a ordem do papa Pio IX acabaram condenados à prisão por 4 anos no Brasil em 1874. Segundo o imperador do país, a questão maior era garantir a Constituição e os "direitos do poder civil", e não necessariamente proteger a maçonaria. A questão só se resolveu quando um diplomata foi para Roma negociar: a Igreja anulou as interdições e Pedro, a contragosto, concordou com a anistia completa para os bispos.

(Essa não foi a única posição polêmica do católico Pedro II contra a Igreja. Sobre as ideias do naturalista britânico Charles Darwin, ele afirmou que "as leis que ele [Darwin] descobrira engrandecem ao Senhor.")

Papado mais curto

Se os 12 anos de Francisco foram pouco para você, imagina o papa Urbano VII, que só passou 12 dias no comando do Vaticano. E não teve nenhuma revolução, guerra ou complô: ele morreu de malária menos de duas semanas depois de virar bispo de Roma.

Urbano VII foi o 228º papa da Igreja Católica Apostólica Romana, entre os dias 15 e 27 de setembro de 1590. Giovanni Battista Castagna nasceu em Roma em 1521, estudou Direito e atuou como advogado até virar sacerdote. Ele também foi governador de várias cidades italianas e atuou no alto escalão da Igreja até ser eleito para suceder o pontífice Sisto V.

O conclave para elegê-lo foi uma batalha política além de religiosa: Fernando de Médici, o Grão-Duque da Toscana, havia sido cardeal e na época da eleição, em 1590, estava atuando para arrancar a Toscana da mão dos espanhóis. Por isso, ele juntou um grupo de cardeais para apoiar um candidato papal contrário ao que tivesse o apoio da Espanha. Foi assim que Giovanni Castagna virou favorito.

Nos poucos dias como papa, Urbano VII conseguiu fazer algumas coisas: entre elas, decretou a primeira proibição de fumar conhecida na história. Ele ameaçou excomungar quem "tomasse tabaco na varanda ou dentro de uma igreja, seja mastigando, fumando com cachimbo ou cheirando em pó pelo nariz".

Ele também foi conhecido por ser caridoso: subsidiou os padeiros de Roma para que pudessem vender pão barato e restringiu o gasto em itens luxuosos. Urbano VII também proibiu o nepotismo na Cúria Romana, o órgão administrativo da Igreja.

Urbano VII morreu aos 69 anos e foi enterrado no Vaticano. Em 1606, seus restos mortais foram transferidos para a Basílica de Santa Maria sobre Minerva, uma das principais igrejas dominicanas em Roma. As propriedades que ele deixou foram distribuídas para servir de dote para meninas pobres.


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